Enterramento mais antigo da humanidade.
Enterro de criança realizado há 78 mil anos é o mais antigo da África
Batizado como "Mtoto", o esqueleto pertenceu a uma criança de 3 anos e foi encontrado em uma caverna no Quênia, ao lado de ferramentas da Idade da Pedra
Conhecida como o berço da humanidade, a África é um local importante para compreender a história da nossa espécie. E, apesar dos estudos relacionados à origem dos primeiros Homo sapiens terem avançado nos últimos anos, pouco se sabe sobre alguns aspectos culturais, como os rituais que sucediam a morte de um indivíduo.
Agora, esse cenário está começando a mudar. Nesta quarta-feira (5), foi publicada na revista científica Nature uma pesquisa que apresenta o enterro mais antigo do qual se tem registro no continente africano.
Nomeado Mtoto (“criança”, em suaíli), o esqueleto pertenceu a uma criança de aproximadamente 3 anos e foi encontrado no sítio de Panga ya Saidi, caverna localizada no Quênia. Parte da descoberta aconteceu em 2013, mas só foi possível identificar características que remetiam a uma cova em 2017.
Uma vez expostos os ossos degradados, eles foram engessados e enviados para análise em laboratório. Com o auxílio da datação por luminescência, os pesquisadores concluíram que o enterro havia ocorrido há 78 mil anos, assim se tornando o sepultamento mais antigo do continente.
Quando as amostras foram encontradas em campo, porém, ainda não era possível distinguir se os ossos eram humanos ou não. Foi a partir de dois dentes que os especialistas desconfiaram dessa possibilidade.
“Começamos a estudar partes do crânio e da face, com articulações intactas da mandíbula e alguns dentes que ainda não haviam irrompido”, explica, em nota, a pesquisadora María Martinón-Torres, diretora do Centro Nacional de Pesquisa da Evolução Humana, na Espanha.
Confira o vídeo a seguir para conhecer o achado:
Análises microscópicas dos ossos e do solo sugerem ainda que o cadáver foi rapidamente enterrado depois da morte e que a decomposição aconteceu no lugar onde a cova foi achada, a 3 metros de profundidade.
Além disso, acredita-se que, em função da posição do corpo, o enterro tenha sido precedido por uma preparação. Além do cadáver estar deitado de lado com os joelhos flexionados em direção ao peito, as condições em que a cabeça estava indicam que havia um suporte perecível, como um travesseiro.
Junto com os ossos, foram achados instrumentos da metade da Idade da Pedra. “A associação entre o enterro da criança e ferramentas desse período demonstra como o Homo sapiens era, sem dúvida, um fabricante de utensílios notáveis”, afirma Emmanuel Ndiema, do Museu Nacional do Quênia.
Relevante para a compreensão de atividades culturais, tecnológicas e simbólicas da humanidade, a descoberta reforça também que o sepultamento dos mortos é uma marca tanto dos Homo sapiens como dos neandertais.
“Isso levanta questões sobre a origem e a evolução das práticas mortuárias entre as duas espécies humanas e sobre o grau de diferenciação entre os comportamentos e as emoções dos Homo sapiens e dos neandertais”, conclui o pesquisador Michael Petraglia, do Instituto Max Planck, na Alemanha
Análises microscópicas dos ossos e do solo sugerem ainda que o cadáver foi rapidamente enterrado depois da morte e que a decomposição aconteceu no lugar onde a cova foi achada, a 3 metros de profundidade.
Além disso, acredita-se que, em função da posição do corpo, o enterro tenha sido precedido por uma preparação. Além do cadáver estar deitado de lado com os joelhos flexionados em direção ao peito, as condições em que a cabeça estava indicam que havia um suporte perecível, como um travesseiro.
Junto com os ossos, foram achados instrumentos da metade da Idade da Pedra. “A associação entre o enterro da criança e ferramentas desse período demonstra como o Homo sapiens era, sem dúvida, um fabricante de utensílios notáveis”, afirma Emmanuel Ndiema, do Museu Nacional do legal.
Relevante para a compreensão de atividades culturais, tecnológicas e simbólicas da humanidade, a descoberta reforça também que o sepultamento dos mortos é uma marca tanto dos Homo sapiens como dos neandertais.
“Isso levanta questões sobre a origem e a evolução das práticas mortuárias entre as duas espécies humanas e sobre o grau de diferenciação entre os comportamentos e as emoções dos Homo sapiens e dos neandertais”, conclui o pesquisador Michael Petraglia, do Instituto Max Planck, na Alemanha.
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